Aviões que voei > F-86F - 1ª Parte



O F86-F foi, obviamente, o avião militar que mais gostei de voar.



Com o grande desafio de não haver simulador para aprender nem instrução em voo em duplo comando.

O  avião era monolugar...

Fiz o meu primeiro voo em Monte Real, na Base Aérea Nº 5 no dia 16 de Setembro de 1964.


Descolei... e depois tive que aterrar.

 


O Sargento Ajudante Carvalhão foi o meu instrutor, a voar num avião ao lado do meu, instrução dada por rádio, entre os dois aviões.

Normalmente as lições acabavam num super stressante voo em formação cerrada, o Carvalhão a chamar-me nomes por o meu avião estar a mais de 50cm, asa com asa, do dele, a voarmos a mais de 500km/h, a subir e a descer as ondas junto à rebentação, entre a Figueira da Foz e a Nazaré...


Por culpa do Carvalhão ainda hoje o faço, principalmente nas rotundas, onde gosto de ultrapassar os terráqueos mais lentos, para grande espanto do automobilistas melhor comportados...


Servi-me de muitas ajudas para vos contar a história deste fantástico avião. Algumas vezes limitei-me a traduzir textos que encontrei. Salvo pequenos comentários, grande parte do que se segue não é de minha autoria. Coube-me organizar a informação para tornar mais apelativa a leitura.

As imagens têm a identificação que lhe deram. Foram todas tratadas por mim.

Dividi a história em duas partes. A segunda parte começa com a chegada do F-86 a Portugal.

Nesta primeira parte podem ler-se coisas como:

  • Generalidades
  • Desenvolvimento do F-86
  • A Barreira do Som e outros recordes de velocidade
  • O MIG-15 e o Fury
  • Armamento
  • Conforto e segurança

Vamos então dar uma voltinha neste fantástico avião.



Generalidades



O F-86 Sabre, foi um caça de combate a jacto, transónico, desenvolvido pela North American a partir do final de 1944.

Veio a ser um dos caças mais produzidos no mundo Ocidental, no tempo da Guerra Fria.

Foi o mais proeminente avião de combate de segunda geração, que incorporou tudo o que de mais desenvolvido tinha sido assimilado pelos projectistas Norte-Americanos na concepção de aviões a jacto e que beneficiou ainda dos avançados conceitos aerodinâmicos desenvolvidos pelos cientistas Alemães no decorrer da Segunda Grande Guerra.











Foi construído em grandes quantidades nos Estados Unidos, no Canadá, Itália e Japão, em várias das suas versões e variantes e operado por mais de 35 forças aéreas em todo o Mundo, representando um importante papel na defesa do mundo Ocidental nos primeiros anos da Guerra Fria.





O XP-86 (eXperimental Pursuit), designação do modelo experimental, voou pela primeira vez no Muroc Dry Lake, California, a 1 de Outubro de 1947.

 




O primeiro voo do modelo de produção, inicialmente designado P-86A (modificado para F-86A em Junho de 1948) foi no dia 20 de Maio de 1948. Menos de 4 meses depois, no dia 15 de Setembro, estabelecia já um novo recorde de velocidade: 670,9 mph, 1.079,71km/h.




Na altura em que entrou ao serviço da US Air Force, em 1949, ganhou o nome “Sabre”.


Muitas variantes foram produzidas durante a vida do Sabre, as mais numerosas foram o F-86D com 2.054 unidades do modelo all-weather/night fighter.

Apesar de no final de 1950 já não ser um avião de primeira linha, manteve-se no activo durante mais de quatro décadas até 1994, quando finalmente a Força Aérea da Bolívia o retirou do activo.



Desenvolvimento do F-86




No início da Segunda Grande Guerra os engenheiros aeronáuticos Americanos foram confrontados com o problema das ondas de choque que se formam nas superfícies frontais dos aviões de grande velocidade, particularmente nas asas e nas caudas. Estas ondas de choque foram a causa de inúmeros acidentes graves nos Lockheed P-38 "Lightnings".

O North American P-86 Sabre foi o primeiro avião Americano a tirar vantagem dos estudos Alemães feitos para o Messerschmitt Me 262 apreendidos à Luftwaffe no final da II G. Guerra.





Utilizando dados recolhidos de experiências da Luftwaffe, as asas e os estabilizadores horizontais e verticais (da cauda) do Sabre tomaram a forma de flexas, com ângulos de 35º com a fuselagem de modo a minimizar o efeito das ondas de choque, permitindo assim maiores velocidades.

No final de 1944 a North American estava a desenvolver estudos baseados no modelo NA-135, o qual originou o FJ-1 Fury da US Navy.















Tratava-se de um caça a jacto convencional com as asas ainda em ângulo recto com a fuselagem e propulsionado por uma turbina Allison TG-180.








Sensivelmente na mesma data, 1944, a Força Aérea do Exército dos Estados Unidos da América encomenda um avião similar, nomeado projecto NA-140 e do qual resultaria o F-86.













Após a apresentação da maqueta, o fabricante propôs a incorporação de uma asa em flecha com um ângulo de 35º, baseada nos estudos do Me-262.





Esta tecnologia permitia também o aumento da velocidade sem que fosse necessário um grande aumento de potência.


O F-86 foi assim o primeiro avião a jacto de combate de asas em flexa.





Armado com seis metralhadoras, os pilotos do Sabre tinham de estar em contacto visual com o inimigo para o poder eventualmente abater, sendo o último verdadeiro 'dogfighter'  da história da Aviação Militar.

Aproximadamente 10.000 Sabres foram produzidos em 20 variantes diferentes (incluindo as do FJ Fury da Navy) e com cinco motores diferentes.

O que se tornaria numa espectacular carreira como avião de combate começou no dia 14 de Maio de 1945 quando a US Army Air Corps encomendou três cópias do modelo experimental NA-140 da North American.

O modelo experimental XP-86 mais leve e consideravelmente mais rápido que o Fury, com uma velocidade estimada de 937km/h contra os 880km/h do Fury, estava equipado com um motor a jacto General Electric J-35-C-3 construído pela Chevrolet, de 4.000 libras de impulso.

Apesar de uma forte oposição do staff mais sénior da North American, o desenvolvimento do projecto levou à incorporação das asas e cauda em flexa, slats de operação automática, como no Messerschmitt Me 262, e um estabilizador horizontal electricamente ajustável, outra característica do Me 262.

Posteriormente foi reequipado com o mais potente J47-GE-3 (de 5.200 lb de impulso) e então designado YF-86A, devido à reestruturação das designações atribuídas aos aviões da USAF (0 "P" de Pursuit foi substituido pelo "F" de Fighter). Ainda durante a fase de construção dos três protótipos, foram encomendados os primeiros 33 F-86A de produção final, de um total faseado que atingiu as 554 unidades. Durante a sua construção foram sendo equipados com novas actualizações de motor: J47-GE-3, J47-GE-7, J47-GE-9 e J47-GE-13.

Durante a fase de testes a maior velocidade obtida foi de 618,33 mph (994,6 km/h). Tinha um tecto de 41.300’ e a velocidade inicial de subida era de 4.000 ppm, parâmetros fantásticos na altura num avião com características únicas, o que levou os pilotos de testes a afirmar que se tratava de “uma plataforma de tiro estável como uma rocha e tão fácil de pilotar que quase se conseguia voar com o pensamento”…
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  • A Barreira do Som e outros recordes de velocidade

O F-86A estabeleceu o seu primeiro recorde de velocidade no dia 15 de Setembro de 1948: 670 milhas por hora,1,080 km/h. Mesmo assim 32 milhas por hora, 51 km/h, menos que as 702 milhas por hora,1,130 km/h do record de velocidade não oficial do Me 163B, propulsionado por um rocket, nos testes de Julho de 1944. O Me 163B tinha asas em flexa com um angulo de 23,3º.

Há reportes de técnicos projectistas do F-86 sobre uma eventual ultrapassagem da barreira do som pelo piloto de testes da North American George Welch durante o primeiro voo de testes do XP-86 no dia 1 de Outubro de 1947, facto que parece carecer totalmente de validade.

Ver: "George Welch and the Sound Barrier" no Duncan's Sabre Website














O lendário piloto de testes Chuck Yeager bateu pela primeira vez a barreira do som em linha de voo, a mais de 1.225 quilómetros por hora, no dia 14 de Outubro de 1947 no Bell X-1, propulsionado por um rocket num voo de só 2 a 3 minutos e largado de um Bombardeiro adaptado B-29, sobre a cidade de Victorville, Califórnia.

Chuck Yeager alistou-se na USAF em 12 de Setembro de 1941 sendo depois aceite como sargento piloto. Na 2ª Grande Guerra tornou-se “Ás num só dia” ao abater 5 aviões inimigos sobre a Europa numa só missão.







Jacqueline e Yeager











5 anos depois, no dia 18 de Maio de 1953, Jacqueline Cochran tornou-se a primeira mulher a bater a barreira do som num F-86 Sabre Mk 3, Canadiano.
















Chuck Yeager, de seu nome Charles Elwood Yeager, nascido em Myra, Virginia Ocidental em 13 de Fevereiro de 1923 (cuja história é magistralmente contada no filme “Os Eleitos”, com o actor Sam Shepard, "The Right Stuff"- 1983) voltou a quebrar a barreira do som, aos 89 anos, exactamente no mesmo dia e à mesma hora 65 anos depois, a 14 de Outubro de 2012. Desta vez num F-15D pilotado pelo muito honrado com o passageiro, capitão David Vincent, ver foto abaixo.





“O que sou devo-o à Força Aérea. Eles agarraram num garoto de 18 anos da Virginia Ocidental e transformaram-no naquilo que eu sou hoje”. Chuck Yeager


<< Essa barreira era de tal forma mítica, que havia um clube dos que tinham ultrapassado essa velocidade – o Mach Buster’s Club.

No F-86F, para se conseguir efetuar a manobra, era necessário utilizar um avião limpo (sem depósitos externos), subir para os 40.000 pés ou perto, motor a 100 %, com a máxima velocidade possível em linha de voo, inverter o avião e iniciar uma picada bem acentuada.

Sentia-se um endurecimento dos comandos, com alguma perda de eficácia dos mesmos. Lia-se o indicador de Mach para confirmar a velocidade. Após a passagem (pelo menos Mach 1.02) voltava a verificar-se um aumento de eficácia dos comandos.

Consoante se ia descendo, com o aumento da densidade do ar, mesmo mantendo o motor, a velocidade decrescia. Normalmente, reduzíamos o motor para regressar rapidamente às velocidades e atitudes normais.

Esta manobra era executada em voos de experiência e na fase da Adaptação para o piloto fazer uma ideia do fenómeno e... satisfação da vaidade. Era um "penacho" para o respectivo "chapéu" >>. 
 


Publicado em “Pássaro de Ferro” pelo
Cap. (Ref) Fernando Moutinho: A Barreira do Som


(Voei em Monte Real com este ilustre Falcão)



Para a história não vai ficar...

...mas eu também sou um Mach Buster !








Bati a barreira do som no F-86F 5329 no dia 18 de Setembro de 1964. Sob os céus de Monte Real, embora o diploma diga que foi no dia 21…



Ver esta história aqui: Sou um Mach Buster!
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Continuando com o desenvolvimento do F-86...


O terceiro F-86A-1 de produção equipado com o novo motor J47-GE-13, estabeleceu um novo recorde mundial de velocidade de 670,98 mph (1.018 km/h), no dia 1 de Setembro de 1948.

O F-86 “F” foi o mais representativo de todas as séries (da “A” á “L”) e o que mais envolvimento e sucesso teve durante o conflito na península Coreana, (a Guerra da Coreia, que legalmente ainda hoje não terminou!) constituindo-se como o oponente mais capaz do MIG-15 e ultrapassando-o largamente.

Foi ainda usado como caça-bombardeiro com sucesso, embora não fosse essa a sua vocação.

Introduziu uma asa optimizada que, com a utilização de Slats e da “cauda voadora”, permitiu uma maior estabilidade tanto a alta como a baixa altitude e velocidades, necessárias tanto para o combate ar-ar como para o bombardeamento e ou o ataque ao solo.


O MIG-15 e o Fury



Vamos agora espreitar os aviões que ajudaram na sua concepção:

O Mikoyan-Gurevich MiG-15 e o North American FJ-1 Fury


   MIG-15




 A Mikoyan é uma indústria russa fabricante de aviões militares. Começou as suas actividades na extinta União Soviética desenvolvendo projectos militares para o governo.

Foi fundada pelo arménio Artem Mikoyan (5 de Agosto de 1905/9 de Dezembro de 1970) e o Russo Mikhail Iosifovich Gurevich (12 de Janeiro de 1893/12 de Novembro de 1976) daí o nome: "Mikoyan-Gurevich".



Após a morte de Mikoyan, a palavra "Gurevich" foi eliminada do nome da empresa. A empresa é mundialmente conhecida pelo prefixo "MIG".


O Mig 15 (código NATO "Fagot") foi um dos primeiros aviões a jacto de asas em flecha bem sucedido. Alcançou a fama nos céus da península Coreana onde o seu desempenho ultrapassava todos os caças inimigos.




Até ao aparecimento do F-86 Sabre

O Mig-15 foi concebido em 1946 para concretizar um pedido soviético. Necessitavam de um interceptor para grande altitude e de alta capacidade para abater alvos estratégicos. O projecto concebido foi um avião de asas em flecha num angulo de 35º, incorporando uma grande quantidade de ideias alemãs. Nessa altura não havia um motor adequado para o Mig-15, até que o governo inglês, com o beneplácito do pro-Sovietico Ministro do comércio britânico, Sir Stafford Cripps,  vendeu 25 motores Rolls Royce Nene para a Rússia. Os russos de imediato começaram a criar um motor semelhante, o Klimov RD-45. Mais tarde a Rolls Royce tentou reclamar direitos no valor de 207 milhões de Libras.





Voou pela primeira vez no dia 30 de Dezembro de 1947, uns dois meses depois do F-86 Sabre.

Pensa-se que o MiG-15 foi o avião a jacto fabricado em maior número, com cerca de 12.000 unidades construídas, não contando com as unidades construídas sob licença fora da União Soviética, as quais poderão elevar os valores para 18.000 unidades. O Mig-15 continuou em serviço até meados dos anos 1990 nos países aliados à Rússia. Foi inclusivamente usado em Angola, pilotado por cubanos.


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FJ-1 Fury






Quanto ao North American FJ-1 Fury foi o primeiro avião a jacto operacional ao serviço da United States Navy, sob o nome NA-135.



 








Avião a jacto de transição, com um sucesso limitado, encomendado nos finais de 1944 como XFJ-1 em concorrência com a Douglas e a Vought, era uma espécie de evolução do P-51D Mustang, com asas em linha recta, perpendiculares à fuselagem.




 
A evolução do conceito, agora incorporando asas em flexa, levou ao protótipo XP-86 da United States Air Force que por sua vez daria origem ao enormemente influente F-86 Sabre mas também ao North American FJ-2/-3 Fury da Navy, para operar em porta-aviões.

O primeiro voo do protótipo XFJ-1 deu-se no dia 11 de Setembro de 1946.

As primeiras entregas do modelo final, o FJ-1 Fury, realizaram-se no início de Outubro de 1947 e a primeira aterragem de um Fury num porta-aviões, o USS Boxer, foi feita com sucesso no dia 10 de Março de 1948. O avião podia descolar de um porta-aviões sem recurso a catapulta!



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Voltando ao desenvolvimento do F-86



O Sabre representou muitas estreias na tecnologia e no design.

As asas em flexa tornaram-se um standard nos aviões a jacto, de alta velocidade.

A então revolucionária “cauda voadora” permitia-lhe uma grande manobrabilidade a alta altitude. Em vez de um estabilizador horizontal fixo e um leme de profundidade, tinha um estabilizador horizontal móvel ao qual se ligava o leme de profundidade.

Dotado também de um sistema hidráulico para a actuação das superfícies de controlo do voo em vez dos tradicionais cabos metálicos, tornava a pilotagem um prazer por eliminar a força excessiva necessária anteriormente para actuar mecanicamente essas mesmas superfícies a grande velocidade.

As superfícies de controlo do voo do F-86E dependiam também de um sistema de controlo de sensação artificial.

Com o aparecimento da versão F86-F em 1952 foram introduzidos os slats no bordo de ataque, ao longo de toda a asa. Eram mecanicamente actuados pela carga aerodinâmica gerada pela velocidade do avião, de forma automática. Começavam a estender-se  a partir dos 180 kts e ficavam completamente de fora por volta dos 150 kts e velocidades inferiores.

A observação visual desta actuação era um auxiliar precioso no voo em formação. Por exemplo no looping os slats só deviam estar completamente estendidos durante a breve parte da manobra em voo invertido.

A actuação dos slats permitia uma maior estabilidade a baixa altitude e baixa velocidade, necessárias para o bombardeamento e ou o ataque ao solo, aumentava o raio de acção, aumentava a manobrabilidade também a altitudes elevadas e reduzia a velocidade de descolagem e aterragem.

Uma segunda actualização técnica do F-86F permitiu tanques de combustível maiores (200 galões) que lhe aumentaram o raio de acção. Os tanques eram ejectáveis.

Resumindo, o F-86 reunia, entre outras, algumas características únicas, na altura:

  • Asas e cauda em flexa.
  • Flaps operados electricamente.
  • Speed brakes (travões aerodinâmicos) actuados hidraulicamente, montados nos lados da fuselagem, logo atrás das asas.
  • Leading-edge slats automáticos
  • Ailerons e cauda (toda movível) operados hidraulicamente, com controlo irreversível e sistema artificial de sensibilidade.





Outra característica inconfundível do design do Sabre é o nariz que encima a entrada de ar para o reactor.


 




Originalmente concebido como um caça diurno de alta altitude, foi posteriormente redesenhado para se tornar num interceptor “all-weather”, F-86D e num caça-bombardeiro, F-86H.



Algumas versões de F-86 interceptores all-weather tinham reactores equipados com afterburners para permitir grandes razões de subida e as manobras necessárias para executar as missões de intercepção.






































Uma versão de treino do F-86F, o TF86F, com dois assentos (um à frente do outro) foi construída para substituir o T-33. O primeiro destes aviões fez a sua estreia em voo no dia 14 de Dezembro de 1953 e perdeu-se num acidente pouco depois. Um segundo TF86F ficou pronto a voar no verão de 1954 mas a Força Aérea Americana cancelou o programa poucos meses depois.




Armamento



Como armamento, as versões de caça tinham o seguinte equipamento:

  • 6 metralhadoras M-3 Browning de 12,5mm, 3  de cada lado do nariz. Disparavam 1200 balas/minuto
  • Podia também transportar 2 bombas de 500kg ou
  • 16 rockets de .50 polegadas nas asas que convergiam 300m à frente do avião
  • As versões de intercepção carregavam 24 rockets de 2,75 polegadas montados numa bandeja retráctil alojada no fundo da fuselagem. A bandeja saía só o suficiente para lançar os rockets e voltava a recolher-se.
  •  Posteriormente foram habilitados a transportar e disparar o míssil AIM-9 Sidewinder, um míssil ar-ar orientado por radiação infravermelha, de curto alcance, utilizado por vários caças. Deve o seu nome à cobra Sidewinder, com quem partilha o seu padrão de movimento. O Sidewinder foi o primeiro míssil ar-ar realmente eficaz, largamente imitado e copiado. As variantes mais modernas continuam ao serviço. Foi disparado pela primeira vez em Setembro de 1953 e entrou ao serviço em 1956. Atingia a velocidade de Mach2.5 com um alcance de 18km. Custava 84.000 Dolares.
  •  Uma única bomba atómica de 545kg (1200lbs), Mark 12 atomic bomb. Foram construídos 264 F-86F-35s tornando-se nuclearmente operacionais em Janeiro de 1954. Foram enviados para as bases da NATO para combater a ameaça Soviética à Europa. Para a largada desta bomba o avião estava equipado com um "Low Altitude Bombing System (LABS)" que permitia ao avião escapar à explosão.


B.A.5, um F-86 equipado com Sidwinder





Conforto e segurança



Como conforto para o piloto, o F-86 estava equipado com:

  • ar condicionado
  • aquecimento
  • e pressurização.



 

 

 

 

 

 

 

Um importante item de segurança era 

 

- A cadeira de ejecção.







 Fim da 1ª Parte

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 Clique aqui abaixo,

  Para ver a 2ª Parte
















Aviões que voei > F-86F - 2ª Parte

 

 

 

 

Esta segunda parte da história do F-86, tem o seguinte sumário:

 

  • O F-86F na Força Aérea Portuguesa
  • Uso do F-86 em combate
  • Guerra da Coreia
  • A crise do Estreito da Formosa de 1958
  • Envolvimento em África / Guiné Portuguesa
  • As Guerras Indo-Paquistanesas de 1965 e 1971
  • Construtores
  • Os F-86 excedentários
  • Alguns notáveis pilotos de F-86
  • Cronologia
  • Links mais utilizados


     O F-86F na Força Aérea Portuguesa







Em 1955 começaram as negociações para a renovação do acordo de cedência da Base das Lajes aos Estados Unidos. Pediram-se mais F-84G a juntar aos que operavam na Base Aérea Nº2, na Ota.

Além desses aviões foi ainda proposto o fornecimento de F-86E.











Em Novembro de 1957 o acordo foi assinado, tendo a Esquadra 50, “Falcões” sido criada em 4 de Fevereiro de 1958 sob o comando do Capitão Piloto Aviador Gualdino Moura Pinto, interinamente a funcionar na Base Aérea Nº2 Ota, até à conclusão das obras da Base Aérea Nº5 em Monte Real.





Para símbolo foi escolhido o “Falcão Peregrino”.




O escudo tem uma forma singular distintiva dos Falcões.

A divisa na periferia do escudo, centrado, sobre fundo dourado, em letras maiúsculas, de negro:

« GUERRA OU PAZ TANTO NOS FAZ »


O falcão em voo picado exprime o expoente máximo da aviação de caça. Gracioso e letal.
O sol radioso alude para força e energia.
Os rastos conferem dinamismo e remetem para o incessante serviço em prol da nação.
A divisa - « GUERRA OU PAZ TANTO NOS FAZ » é, no jargão dos Falcões, a expressão da sua vontade férrea e busca contínua da perfeição, sendo alusivo ao elevado espírito de dedicação e profissionalismo com que os Falcões abordam qualquer missão.
O azul de fundo representa o ar e o espaço, simboliza a lealdade e o zelo.
O ouro da periferia do escudo significa a nobreza, a força e a sabedoria.
O escudo dos Falcões é o mesmo desde 1958 tendo apenas mudado o número da esquadra conforme os ditames organizacionais (Esquadras 51, 302 e 201).


Os primeiros F-86 começaram a chegar a partir de Agosto de 1958 provenientes dos stocks da USAF.







No entanto os 65 aviões fornecidos foram na totalidade do modelo "F" bloco 35 e não do modelo "E" como acordado originalmente. Foram depois elevados ao padrão F-86F bloco 40, com capacidade de transporte e disparo do míssil AIM-9B Sidewinder, os quais só foram adquiridos em 1962.

O Agrupamento da USAF que acompanhou o MTU (Mobile Training Unit) era chefiado por dois pilotos veteranos da Guerra da Coreia, Maj Akola e Cap Brown e mais um pequeno grupo de especialistas.
Publicado em “Pássaro de Ferro” pelo Cap. (Ref) Fernando Moutinho : Ver Eu e o F-86


A 11 de Setembro de 1958 a Esquadra passou a designar-se Esquadra 51, devido à então revisão do sistema de numeração das Unidades da Força Aérea.

 No dia 22 de Setembro de 1958, realizou-se o primeiro voo de um piloto português em F-86F, primeira aeronave que equipou a esquadra dos Falcões. A 24 de Setembro o mesmo Piloto passa pela primeira vez a barreira do som em Portugal.

Neste período, foi igualmente reactivada a patrulha acrobática “Dragões” operando, agora, os F-86F.

No dia 4 de Outubro de 1958 a Base Aérea Nº5 em Monte Real ficou operacional e até Dezembro desse mesmo ano toda a logística e todos os F-86 finalizaram a mudança, onde ficaram a operar na esquadra 51, "Falcões".



Inauguração da B.A.5


  

Em 1974, a reestruturação que ocorreu na Força Aérea levou à constituição do Grupo Operacional 51 na BA5, dando origem, em 1978, a uma renomeação dos “Falcões” para, agora, "Esquadra 201".

Os Falcões continuaram a operar o F86F até 1980, somando um total de 60.000 horas de voo, com esta plataforma em tempo de Paz e no teatro de operações Ultramarino, onde pereceram cinco Pilotos Aviadores.

Portugal foi o último país utilizador do Sabre na NATO. Nesta data, 1980, foram retirados do activo os últimos 10 Sabres Portugueses sobreviventes, após o último voo, a 30 de Junho, com a duração de uma hora e vinte e cinco minutos, no qual uma parelha de F-86F, n.ºs de cauda 5347 e 5360, sobrevoaram todas as unidades da FAP, pilotados respectivamente pelos Tenente Coronel Victor Silva e Capitão Roda.

Voei com estes dois notáveis Falcões nos meus anos na Base Aérea Nº5, em Monte Real, Leiria.








Algumas fotos

dos meus tempos de

Falcão, no Sabre:













Vários inesquecíveis Falcões de 1965:
Coronel Soares de Moura, Comandante da B.A. 5 (4º da Dta p Esq, atrás, Major Moreira, Comte Esquadra, o 6º na mesma sequência, Canto e Castro, 1º da Esq ajoelhado (foi Conselheiro da Revolução) General Nico, últ da dta, ajoelhado. Eu estou sentado no chão ao lado do Canto e Castro
















      De pé, da esq p a dta:
          Canto e Castro, eu, Costa Pereira e Egídio Lopes
      Na frente:
           Leite da Silva, sorry..., sorry..., Ary






       A fantástica linha da frente!






    Reparem na matrícula e vejam como ficou bonito o meu F-86, aqui acima...




    ...E hojeno Museu do Ar em Bruxelas,  fotos aqui abaixo.









Historicamente, os “Falcões” são uma Esquadra de referência para a Força Aérea Portuguesa e para a Nação, não só pelos meios que operam, mas também na vanguarda em termos tecnológicos, pela atitude profissional, competente e dedicada dos seus elementos.



No dia 4 de Outubro de 2018, 60º Aniversário da Esquadra dos Falcões, foi dia de festa na Base Aérea Nº 5.












Depois, no Jantar de Gala no Palace Hotel de Monte Real
foi com muito orgulho que recebi, com outros 4 Falcões, o
"Falcão de Ouro".



Foi a primeira vez que tal galardão foi atribuído.







Uso do F.86 em combate



Guerra da Coreia 

O F-86 Sabre foi intensivamente usado na Guerra da Coreia (que durou de 26 de Junho de 1950 a 27 de Julho de 1953 com a assinatura de um armistício, mas legalmente não terminou ainda…) com resultados notáveis.

O F-86A foi introduzido no conflito Coreano em Novembro de 1950 na 51st Fighter Interceptor Wing. E, segundo os Americanos, obteve um rácio de enorme sucesso:14 para 1 em combates com os MIG-15 soviéticos.







Os pilotos dos MIGs eram na sua maior parte muito bons pilotos veteranos Russos mas também inexperientes Chineses e Norte Coreanos, enquanto muitos dos pilotos dos Sabre eram veteranos da 2ª Grande Guerra.

















Os grandes dogfights sobre o rio Yalu, que desagua no Mar Amarelo, a Norte da Coreia, tornaram-se inevitáveis ficando essa área conhecida como a “Alameda MIG”, “MIG Alley”.









Os MIGs voavam de Bases Aéreas na Manchúria no início do conflito quase exclusivamente por pilotos soviéticos da VVS (Soviet Air Force) sob grande segredo para não envolver oficialmente a União Soviética no conflito. Nos finais de 1950, após cursos intensivos dados pelos Soviéticos os MIGs passaram a voar com pilotos do China Vermelha e Norte Coreanos, mantendo-se os Soviéticos limitados ao espaço aéreo onde não pudessem ser capturados no caso de serem abatidos.




E foi a partir de Fevereiro de 1952, quando os craques pilotos Soviéticos foram largamente substituídos pelos inexperientes e mal preparados Norte Coreanos e Chineses Vermelhos que a superior formação dos pilotos Americanos veio ao de cima no conflito.




A superioridade inicial do MIG-15 face aos antiquados e lentos aviões Americanos causou enormes baixas nos Lockheed F-80 Shooting Star e Republic F-84 Thunderjet e nos Bombardeiros B-29.
Grandes formações de MIG-15 esperavam a grande altitude pelos aviões Americanos, do lado chinês da fronteira, na MIG Alley e então atacavam em vertiginosos voos picados.



 







 


 Lockheed F-80 Shooting Star

que está ligado à
génese do T-33.






F-84




B-29


A superioridade do MIG-15 nos finais de 1950 é completa e assim no dia 1 de Novembro de 1950 8 MIGs enfrentam cerca de 15 F-51D Mustangs e 10 F-80 Shooting Stars da USAF e o Tenente Semyon Fyodorovich Khominich obtem a primeira victória em combate ar-ar entre jactos militares, abatendo o F-80C de Frank Van Sickle que morreu, embora a USAF credite esta morte a actividade anti-aérea Norte Coreana.


F-51 Mustang


Mas no dia 9 de Novembro de 1950 o MIG-15 sofre a primeira baixa quando o Lieutenant Commander William T. Amen, piloto do porta-aviões USS Philippine Sea aos comandos de um Grumman F9F Panther abate o Capitão Mikhail F. Grachev.


Grumman F9F Panther

No início apenas 15 dos 19 F-86A enviados para a Coreia de modo apressado em Novembro de 1950, tinham adquirido capacidade de combate.

Iniciaram as operações de patrulha no dia 16 de Dezembro de 1950 e no dia seguinte,17 de Dezembro de 1950, o Coronel Bruce Hinton abateu logo o primeiro MIG, a primeira vitória em combate ar-ar entre MIGs e F-86, obrigando o Major Yakov Nikanorovich Yefromeyenko a ejectar-se do seu avião em chamas.





Nos seis meses seguintes, até Junho de 1951, os F-86A da 4ª Esquadra de Caça e Intercepção (4th Fighter Interceptor Wing) abateram 40 MIG-15, danificaram 71 e provavelmente destruíram mais 6, contra apenas 7 F-86A perdidos, um dos quais resultante de acidente operacional.
Em Julho de 1950 a série E do F-86 chega à Coreia.

Largamente ultrapassados em quantidade pelo inimigo, os F-86E em serviço na Coreia, lutando também contra uma crónica falta de abastecimentos que afectavam duramente a operacionalidade e prontidão dos aviões, conseguiram mesmo assim 83 vitórias contra apenas 6 F-86E perdidos.
Em 1952 chegam ao conflito coreano o F-86 da série F, somente 3 meses depois de terem sido aceites na Força Aérea Americana. Apesar da maior potência do seu motor, tinham uma performance semelhante ao F-86E.

O F-86F, com as actualizações decorrentes do seu emprego operacional, demonstrou claramente a sua superioridade de tal modo que em Março de 1953 os F-86E foram retirados da linha da frente.
No final do conflito as baixas de MIGs somavam o impressionante número de 818 aviões abatidos, contra 58 F-86…

É de salientar que no início do conflito os MIG eram exclusivamente voados por experientes pilotos Soviéticos que mais tarde deram lugar aos pouco experientes pilotos Chineses e Norte Coreanos.
O treino dos pilotos Americanos, feito na Base Aérea de Nellis, era muito superior.
Mutos dos combates deram-se na Manchúria (violando o espaço aéreo chinês) e todas as filmagens que o mostravam eram destruídas…

De qualquer modo, algumas características do F-86 como por exemplo a cauda toda movível que permitia manobrar bem a velocidades perto da velocidade do som, permitindo recuperar de um mergulho sónico, contrariamente aos MIG que não podiam exceder com segurança Mach 0,92, davam maior vantagem ao Sabre em combate ar-ar

O F-86 na generalidade e o F-86F em particular conseguiram uma relação de 14 vitórias contra os MIG-15 por cada F-86 perdido.

Este rácio tem vindo a ser muito contestado e os pilotos soviéticos afirmam ter abatido 600 Sabres, contra os 58 que os Americanos registam…

Elogios vindos da 5ª Força Aérea Americana (fifth Air Force), afirmavam que o F-86F era sem margem para dúvidas o melhor caça-bombardeiro em operação na Coreia, constituindo-se como uma plataforma muito estável para tiro ar-ar bem como para bombardeamento de baixa altitude, tendo ainda um comportamento aerodinâmico muito bom, em altitudes acima dos 9 000 metros transportando todo o armamento utilizável.

É seguramente um dos grandes aviões da História da Aviação Militar







A crise do Estreito da Formosa de 1958


A Formosa, a partir de Dezembro de 1954 até Junho de 1956 recebeu 160 ex-F-86Fs. Em Junho de 1958 já tinha 320 F-86Fs e 7 RF-86Fs.

Sabres e MIGs voltaram a combater em Agosto de 1958 opondo Chineses Comunista e Chineses Nacionalistas.

Sabres e MIG 15 e 17 envolveram-se em numerosos dogfights.

Durante o conflito, ao abrigo de uma acção mantida em segredo (Operation Black Magic) foi introduzido um novo tipo de armamento no combate ar-ar: mísseis guiados por infravermelhos, o AIM-9 Sidewinder.

Os MIG-17 voavam a uma altitude superior aos Sabres, atacando só quando tinham uma posição favorável.

O Sidewinder acabou com essa vantagem...

No primeiro dia em que foram testados em combate, 24 de Setembro de 1958, os Sabres equipados com misseis Sidewinder abateram 10 MIGs e danificaram outros dois, sem nenhuma perda.
Num mês de combates sobre as disputadas ilhas de Quemoy e Matsu os pilotos Nacionalistas abateram pelo menos 31 MIGs mais 8 prováveis contra 2 F-84G e nenhum Sabre.


F-84



Envolvimento em África / Guiné Portuguesa

Ver o tópico O F-86 na Força Aérea Portuguesa / Envolvimento em África


A 9 de Julho de 1961 oito F-86F, com os n.ºs de cauda 5307, 5314, 5322, 5326, 5354, 5356, 5361, 5362, iniciaram uma viagem de 3.800km, o equivalente a seis horas e dez minutos de voo, um recorde para Força Aérea Portuguesa ao tempo, que os levou até Bissalanca, um aeródromo junto a Bissau na Guiné Portuguesa, actual Guiné-Bissau, constituindo o destacamento 52.

A missão que ficou conhecida pelo nome de código Atlas, foi comandada pelo Major Ramiro de Almeida Santos, num voo com escalas na BA6 no Montijo, Gando (Ilhas Canárias) e Ilha do Sal (Cabo Verde).


Aeroporto da Ilha do Sal


Era suposto ficarem no terreno apenas oito dias, fazendo uma demonstração de força, no sentido de evitar acontecimentos semelhantes aos verificados meses antes na então Província de Angola e nos quais foram chacinados várias centenas de colonos e nativos.

Inicialmente, a deslocação destes aparelhos visava constituir forma de dissuasão, perante a ameaça que constituía a presença de Mig-15 e Mig-17 em países vizinhos como a Tanzânia e a Guiné-Conakry contra a Guiné Portuguesa.

No entanto com o agravar da situação em Angola e com o início das movimentações dos guerrilheiros do PAIGC, os F-86 foram ficando, mas apenas entraram em operações de combate no verão de 1963, quando a parte Sul da colónia teve que ser evacuada, devido a intensa actividade da guerrilha.

Entre Agosto de 1963 e Outubro de 1964, os F-86 voaram 577 missões a maioria das quais de ataque ao solo ou apoio aéreo próximo. Dos oito aviões destacados, sete foram atingidos por fogo inimigo, mas sempre conseguiram regressar.


Frente ao Hangar de Bissalanca estão Fiat G-91


Dois foram destruídos, o 5314 a 17 de Agosto de 1962 numa aterragem de emergência em que o avião ultrapassou o fim da pista, ainda com as bombas sob as asas e o 5322 a 31 de Maio de 1963 abatido por fogo antiaéreo inimigo. Em ambos os casos os pilotos foram recuperados de imediato com vida. Um terceiro seria muito danificado por fogo antiaéreo.

Este destacamento ocorreu entre 1961 e 1963 e terminou face a fortes pressões políticas exercidas pela Administração Norte-Americana e de alguns países da NATO para que os aviões regressassem a Monte Real.

Inviabilizaram assim a continuação da operação e ditaram o regresso dos Sabres a Portugal, já que os mesmos tinham sido fornecidos no âmbito da NATO e destinavam-se à protecção do seu flanco Sul.
A última missão operacional, aconteceu a 20 de Outubro de 1964 e foi protagonizada pelo Major Barbeitos de Sousa, após a qual o destacamento 52 foi dissolvido, passando as suas missões a serem asseguradas pelos Fiat G.91/R4 e o North-American T-6 Havard.


Guerra Indo-Paquistanesa de 1965 

Tratou-se do segundo conflito entre a Índia e do Paquistão pela disputada região da Caxemira, tendo o primeiro ocorrido em 1947.

O Paquistão recebeu 120 F-86F a partir de 1954 os quais no início do conflito com a duração de 22 dias, estavam com a operacionalidade bastante reduzida, por falta de peças de substituição, com origem no embargo Norte-Americano. Mesmo assim e já não sendo um caça de primeira linha, numa época em que a regra era a existência de caças da classe mach 2, teve um comportamento meritório tanto no combate ar-ar como no ataque ao solo obtendo mais vitórias do que perdas.




Guerra Indo-Paquistanesa de 1971

A guerra esteve estreitamente associada com a Guerra de Independência de Bangladesh
Os F-86F Paquistaneses voltaram a ser utilizados, acompanhados por Sabres Mk.6 de fabrico Canadiano (ex Luftwaffe obtidos de modo não oficial via Irão) exercendo o maior esforço contra antagonistas como o MiG-21 e o Sukhoi Su-7 da Força Aérea Indiana.

No final dos anos 70 do Séc. XX foi meu passageiro num voo B 727 de Lisboa para Frankfurt, um dos mais condecorados oficiais pilotos paquistaneses participante neste conflito como piloto de F-86. Era na altura adido militar da Embaixada do Paquistão em Lisboa.


Construtores 


A juntar aos Sabres produzidos nos Estados Unidos, a Canadair Ltd. em Montreal construíu 60 F-86Es para a US Air Force, mais pelo menos 1.750 Sabre Mk 2/3/4/5/6s para a  Royal Canadian Air Force e The Royal Air Force. Os mais recentes Sabres tinham motores Canadianos Orenda.

A Australia's Commonwealth Aircraft Corporation também os construíu, modificando-os para aceitar dois canhões de 30mm e motores Rolls-Royce Avon 26.

A Fiat italiana montou pelo menos 220 F-86K de Kits fornecidos pela North American.

Uma associação entre a North American e a Japonesa Mitsubishi fabricaram ao todo 480


Os F-86 excedentários


O F-86F, assim como o F-86E, deixaram de equipar a Força Aérea Americana depois do conflito na Coreia. No início de 1955 o Air Defense Command não tinha nenhum F-86F. No fim desse ano os últimos 53 F-86F da TAC foram substituídos por F-86Hs.

A exportação dos excedentários F-86F para as Nações aliadas dos Estados Unidos começou em 1954.

Em 4 anos o avião tornou-se no mais usado caça a jacto do Mundo Livre. O TAC usou alguns F-86F para treino de pilotos estrangeiros durante os anos 60 do Séc XX.

Uma das primeiras nações a receber F-86F foi a China Nacionalista, com mais de 325 aviões.
A Força Aérea Espanhola recebeu cerca de 250.
A Republica da Coreia 122
O Pakistão recebeu 120
A Noruega 90
Portugal 50
A Tailandia e as Filipinas, 40 cada
A Argentina 28
A Venezuela 22
O Peru 10

Por volta dos anos 80 do Séc. XX, oito nações desenvolvidas ainda incluíam caças F-86 nos seus arsenais.

O último Sabre foi fabricado no Japão em 1961.


Alguns notáveis pilotos de F-86




M. M. Alam














O Comandante de Esquadrão (mais tarde Air Commodore) M. M. Alam, da Pakistan Air Force, tornou-se um “Ás” ao abater 5 caças da Indian Air Force no espaço de 1 minuto na Guerra Indo-Paquistanesa de 1965. 
Foi condecorado com a “Sitara-e-Jurat” a “Estrela da Coragem”.







 














Coronel Edwin "Buzz" Aldrin, piloto de testes da USAF e Astronauta da Apollo 11.































Major John Glenn, piloto da U.S. Marine Corps e da USAF. Primeiro Astronauta Americano a orbitar a Terra. Foi mais tarde Senador pelo Ohio.









Virgil "Gus" Grissom

















Lieutenant Colonel Virgil "Gus" Grissom, astronauta dos programas Mercury, Gemini e Apollo. Morreu num fogo a bordo da nave Apollo.








Flying Officer Waleed Ehsanul Karim, Pakistan Air Force, o mais novo piloto a voar um Sabre, com 18 anos!





Cronologia


Datas importantes, em modo não exaustivo, no desenvolvimento do F-86 Sabre

22 de Novembro de 1944

    A North American inicia os estudos de um caça a jacto com asa recta, convencional, para a Força Aérea do Exército dos Estados Unidos da América.

18 de Maio de 1945

    Autorização para a construção de três protótipos NA-140/XP-86A

20 de Junho de 1945

    Aprovada a maqueta do XP-86A
  
1 de Novembro de 1945

    Aprovada a proposta do fabricante para mudar a asa em ângulo recto para asa em flecha.

1946
    Ano da concepção do Mig-15.

8 de Agosto de 1947

    Sai da fábrica o primeiro protótipo XP-86A, 45-59597

1 de Outubro de 1947

    Primeiro voo do protótipo XP-86A 45-59597.

30 de Dezembro de 1947
        Primeiro voo do protótipo do MIG-15.

20 de Maio de 1948

    Primeiro voo do F-86A de produção final.

23 de Setembro de 1950

    Primeiro voo do F-86E.

1 de Dezembro de 1950

    Primeiros F-86A enviados para a Coreia

Dezembro de 1950

    São aceites pela USAF os dois últimos F-86A construídos.   

17 de Dezembro de 1950

    Abatido o primeiro MIG-15 por um F-86.

Julho de 1951

    Envio do primeiro F-86E para a Coreia

19 de Março de 1952

    Primeiro voo do F-86F

9 de Maio de 1953

    Primeiro voo do F-86H

27 de Julho de 1953

    Términus da Guerra da Coreia

Agosto de 1958

    Chegam os primeiros F-86F bloco 35 a Portugal

22 de Setembro de 1958

    1º voo de um F-86 em Portugal por um piloto português

24 de Setembro de 1958

    Batida a Barreira do som pela 1ª vez por um piloto português

1 de Outubro de 1961

    Três esquadrões de F-86H dos Estados Unidos são reactivados e enviados para a Europa, durante o Bloqueio de Berlim.

30 de Setembro de 1970

    Retirado do activo o último Sabre nos Estados Unidos, um F-86H Air National Guard do Estado de Nova Iorque

31 de Julho de 1980

    Portugal foi o último país utilizador do Sabre na NATO. Nesta data foram retirados do activo os últimos 10 Sabres Portugueses sobreviventes.

Junho de 1994

    Retirado o último F-86F no activo em todo o mundo, pertencente à Força Aérea da Bolívia.















Links mais utilizados:


http://en.wikipedia.org/wiki/F-86_Sabre
http://en.wikipedia.org/wiki/Mikhail_Gurevich_%28aircraft_designer%29
http://en.wikipedia.org/wiki/North_American_FJ-1_Fury
http://f-86.tripod.com/barrier.html
http://f-86.tripod.com/index.html
http://guerreirosdapaz.fotosblogue.com/91411/O-F-86-Sabre-Aeronave-utilizada-pela-Forca-Aerea-portuguesa-na-guerra-do-Ultramar/
http://it.wikipedia.org/wiki/North_American_FJ_Fury
http://pt.wikipedia.org/wiki/AIM-9_Sidewinder
http://pt.wikipedia.org/wiki/Artem_Mikoyan
http://pt.wikipedia.org/wiki/F-86_Sabre
http://pt.wikipedia.org/wiki/F-86_Sabre#Envolvimento_em_.C3.81frica
http://pt.wikipedia.org/wiki/F-86_Sabre#Especifica.C3.A7.C3.B5es
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_da_Coreia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Me-262
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mikoyan-Gurevich
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mikoyan-Gurevich_MiG-15
http://sabre-pilots.org/
http://upmagazine-tap.com/pt_artigos/um-novo-museu-do-ar/
http://walkarounds.home.sapo.pt/
http://walkarounds.home.sapo.pt/walkarounds.htm
http://www.aereo.jor.br/2012/10/19/chuck-yeager-voa-supersonico-mais-uma-vez-65-anos-depois-agora-num-f-15d/
http://www.aviation-history.com/north-american/f86.html
http://www.boeing.com/boeing/history/bna/f86.page
http://www.emfa.pt/www/esquadra-47
http://www.emfa.pt/www/po/musar/
http://www.emfa.pt/www/unidade-18-base-aerea-n-5
http://www.globalsecurity.org/military/systems/aircraft/f-86.htm
http://www.joebaugher.com/usaf_serials/
http://www.nationalmuseum.af.mil/factsheets/factsheet.asp?id=2297
http://www.passarodeferro.com/2010/12/f-86-os-dias-do-sabre-m450-50al2010.html
http://www.pbs.org/wgbh/nova/military/mig-v-sabre.html
http://www.spaads.org/
http://www.warbirdalley.com/f86.htm




(Actualizada em 13 de Março de 2023)